Aproveitando a época do carnaval e vendo que há pessoas que usam máscaras o ano inteiro, resolvi postar um texto que achei excelente, com a devida autorização de meu amigo.
A MÁSCARA DOS ILUDIDOS (Dylan Ricardo)
"A máscara dos teístas se chama deus e esse é o disfarce que o ego usa para não ser ferido ao ser confrontado com a realidade.
Eles, os teístas, transferem a "identidade divina" para o exercício da crença, ou seja, se eu ofender ao deus deles estarei ofendendo a crença que professam e, consequentemente, a eles mesmos. Dessa maneira buscam blindar o personagem fictício que adoram contra qualquer crítica.
Fazendo isso encouraçam a si mesmos contra avaliações que esfacelem sua ilusão.
A verdade é que o deus deles se chama Ego, nada mais. Não há nenhum outro.
Eles se recusam a estar errados, pois precisam desesperadamente se sentir especiais, uma vez que ainda não introjetaram a certeza da transitoriedade, da extinção, do completo desvanecimento. Se assim tivessem feito, definitivamente não precisariam de um deus.
Eles se sentem criticados de forma pessoal quando desaprovamos a idéia da existência de uma divindade protetora e presente. Essa reação confirma que inconscientemente assumem o papel desse próprio deus, na intenção de não se sentirem mortais. Temem a morte mais do que tudo, e a partir da ilusão criada para negá-la, desperdiçam a única existência que possuem. Que imensa contradição.
“deus existe, mesmo que você não acredite.” É o que costumam a dizer. Essa fantasia demonstra como estão trancados em suas próprias ilusões. Enclausurados num mundo de fadas e gnomos, não aceitando absolutamente nenhuma argumentação que vá de encontro ao seu universo encantado. Montados em Pégaso, voam para longe da racionalidade, pois assim a existência se torna mais digerível, menos solitária e miserável.
Em sua mente confusa e coagida pelo medo a contradição se instaurou como único recurso de existir sem desesperar-se. Seu intelecto tornou-se o refúgio da cegueira.
O teísta basicamente está morrendo de medo, e esse pavor da realidade é o que cimenta seu castelo encantado, é o que alicerça sua fortaleza de alienação, e lá, é onde ele tem tudo sob controle. Basta rezar e esperar. Basta baixar a cabeça e aceitar. Basta recolher os remos e ir com a correnteza.
Ele se auto hipnotiza, se droga com ilusões e alimenta uma infantilidade patológica e perigosa. Vive num constante estado de torpor e mentira. Assim vai vivendo, sem verdadeiramente estar vivo".
Nenhum comentário:
Postar um comentário